Envelopes e Ventoínhas!!!

quarta-feira, abril 28, 2004

O Povo Unido Nunca Mais Será Vencido

Vou utilizar este espaço, para transmitir a minha mais sincera solidariedade com os vários trabalhadores, espalhados por esse mundo, que se encontram em greve.

Nomeadamente, com os funcionários da Carris, que hoje estão em luta; com os estudantes (coitados), que felizmente não se têm feito ouvir, presumo que as suas exigências têm sido satisfeitas ou então, é pelo período de pausa curricular, proporcionado pelas Queimas das Fitas e mais vale reivindicar em período de aulas; e até os actores que emprestam a voz aos Simpsons estão em greve.

Eu compreendo todas estas entidades e, aliás, dou-lhes todo o meu apoio. Situações como: a Administração comprar para os seus funcionários post-it’s verdes, quando estes os requisitam amarelos; disponibilização de agrafes 24/6, quando através de vários plenários, os sindicatos deixaram claro que a necessidade do proletariado era de agrafes 26/6, não podem acontecer nem mais um minuto!!!

Este tipo de histórias devem acabar e, de uma vez por todas, devem ser respeitados os direitos e as exigências daqueles que com o seu suor criam riqueza para o país.

terça-feira, abril 13, 2004

Tlim Tlom - Tlim Tlom

Cedo, muito cedo, junta-se a brigada. 4 elementos indiferenciados e 1 Sargento (elemento mandatado pelo Sr.º General, que por sua vez é iluminado pelo Comandante Supremo das Forças Armadas).

Concentram-se e preparam-se para o grande ataque. É um momento importante para todos. Estão prestes a fazer algo que não fazem todos os dias, como tal, não pode falhar nada, todos têm de estar preparados a preceito.

Após a hora de meditação, concentração e, quiçá, iluminação, o Sargento dá a ordem:
- Vistam a farda, rapazes. Segurai os vossos instrumentos e preparai-vos, vamos arrancar!!!

Um a um, o Sargento olha nos olhos dos soldados, com calma, admiração e saudosismo (um dia estivera no lugar deles). Com a emoção normal destas situações, abraça-os individualmente, terminando o acto de amizade com uma pequena sapatada na face de cada um.

Após o momento de comoção, que lhes deu mais um “nitro” para aguentarem a árdua tarefa que têm pela frente, lá arrancaram. Caminham de uma forma mais ou menos organizada. Deslocam-se concentrados e cientes das tarefas de cada um. Pisam terra, asfalto, paralelos, areia e, principalmente, plantas distribuídas propositadamente para serem calcadas por esta autêntica tropa de elite.
Vão seguindo o percurso marcado pelo colorido das flores, anunciando a sua chegada, através do arrepiante som de um badalo, a fazer lembrar, um felino 10 vezes maior que um gato acompanhado, naturalmente, de uma coleira de guizo 10 vezes maior que o normal.

O percurso florido conduz os militares às casas dos vários cidadãos, que na esperança de um mundo melhor, lhes abrem a porta. Após a entrada em território dos indefesos, a nossa tropa bombardeia os desesperados terráqueos com várias palavras lancinantes, às quais todos respondem uma palavra imposta à partida.
Quase no final da acção, todos são regados com um líquido precioso, fornecido por uma empresa tipo: Águas de Gaia E.M.

Depois de alguns momentos de confraternização, a patrulha Eritis Sicut Dii, dirige-se para a saída, novamente seguindo o rasto das flores, agora já pisadas, mas não sem antes sacar o elemento principal do ataque, o tão querido e famigerado Dinheiro. Este é que vai permitir ao Sr.º General comprar novos instrumentos em prata, se possível em ouro (mas isso é só para os ricos), para no próximo ano este mesmo ataque ter ainda mais Glamour.

Ganha mais uma batalha, lá seguem eles o caminho floreado, para vencerem mais esta guerra.

Para se definir se a guerra foi ganha, basta no final usarmos simples modelos estatísticos que nos permitem fazer comparações com as guerras dos anos anteriores.

Se tudo correr em conformidade, já sabem:

– Equipa que ganha não se mexe –

quarta-feira, abril 07, 2004

Vamos lá fazer pela vida!!!

Queria aproveitar este espaço de terrorismo literário, para alertar os leitores de que existe uma coisa na vida de alguns, que se costuma chamar: trabalho.

Para quem não sabe, é, normalmente, um local onde os trabalhadores (aqueles que trabalham) executam várias tarefas. Num local de trabalho existem vários (não muitos) trabalhadores. Os outros sujeitos que lá passam o dia são as criaturas que mandam, essas sim, são bastantes. Para além destes intervenientes há uma outra figura que é o chamado: Patrão.

Apesar de patrão ser a denominação mais generalizada, existem várias outras como: boi, urso, cão cabrão, chulo, cavalo, hipopótamo, rinoceronte, crocodilo, dromedário, filho da puta, etc…, que se referem exactamente à mesma pessoa.

Assim, é fácil considerar que o chulo é a pessoa mais querida e a mais odiada por todos. Isto é, quando o rinoceronte está presente, torna-se evidente que é a pessoa mais querida. Assim que fecha a porta e sai do campo de visão, as denominações depreciativas aglomeram-se. Inicialmente através de comunicação não verbal e à posteriori (aqui está uma palavra de que gosto) verbaliza-se toda a comunicação, atingindo-se, por vezes, níveis de grande imaginação e genialidade.

Isto do trabalho é algo muito estranho.
Juntam-se ½ dúzia de pessoas (trabalhadores), recebem ordens de 1 dúzia e esta dúzia e meia são comandadas pelo hipopótamo. Andam nisto a vida toda.

Uns porque precisam de dinheiro e não têm outra forma de o ganhar, outros porque, para além de ganharem dinheiro, é uma forma de se superiorizarem a alguém e o cabrão só porque tem dinheiro caminha, olha, fala e obtém um respeito ilusório, no local de trabalho, como nunca conseguiria em qualquer outro perímetro social.

Enfim…
(esta seria a parte do texto em que escreveria uma frase vos deixava a pensar. Uma frase empolgante! Mas não, fico-me por aqui…)

sexta-feira, abril 02, 2004

BABY COME BACK…

Finalmente, atingimos o dia 2 de Abril!!
Uma data bastante importante para nós humanos. Digo para nós humanos, porque tenho vários periquitos e detectei que, após lhes ter dito a data de hoje, eles não se manifestaram de forma significativa, achei estranho, mas pensei que seriam só os meus periquitos e que todos os outros animais (racionais e irracionais) atribuiriam a devida importância ao dia 2 de Abril.

Na ida para o local de trabalho, tudo correu normalmente, ou seja, a certa altura e sem razão aparente, um ser vivo pára o seu veículo junto ao meu, pressiona o pequeno botão para a abertura da janela do lugar do passageiro e, com um semblante que transmitia perigosidade, verbalizou:

- AAAAAAUUUUUUFFFFFF AAAAAAAAUUUUUUUUFFFFFFF…

Respirou e continuou:

- Murtedesep loi ure terdfi cafgres…

Eu, com a natural dificuldade em descodificar a sua mensagem, pensei:

“Aqui está uma grande oportunidade para me certificar da forma como outra espécie animal, diferente dos periquitos, reage ao facto de hoje ser dia 2 de Abril.”

Assim, retorqui movimentando, lentamente e com bastante precisão, os lábios:

- H o j e , é d i a 2 d e A b r i l …

- Btyuhgted bhuit niuo brefd? Perguntou a cavalgadura furiosamente.

Eu, notando que a minha afirmação não tinha sortido nenhuma espécie de efeito, pressionei os pedais e segurei o volante, de forma a conseguir deslocar o carro para a frente seguindo o meu percurso.

Durante a viagem pensei:

“Afinal dia 2 de Abril só é importante para nós humanos. Ok, prontos, tudo bem!!”

Dia 2 de Abril, é o dia em que se revelam as mentiras implementadas no dia anterior. Assim, venho por este meio confirmar os palpites/desejos (para mim congratulantes) de alguns leitores, que afirmaram que a minha despedida não passava de uma mentira do dia 1 de Abril.

Pois é, confirma-se!

quinta-feira, abril 01, 2004

Despedida

É extremamente combalido que escrevo este Post.

Tenho recebido na minha caixa de correio electrónica, várias mensagens reprovando o meu estilo literário, de pessoas anónimas que não quiseram utilizar o Opinatório, mas que me alertaram para o malefício que a minha escrita pode provocar em alguns leitores, que se sintam afectados, de alguma maneira, com o estilo, reles, de crítica implementada.

Assim, através deste post, publico as minhas últimas palavras no Envelopes.

É com alguma emoção, que o faço. Por outro lado sinto que assim, poderei contribuir para um mundo mais feliz, não atacando, gratuitamente, pessoas que se limitam a cumprir o seu papel na sociedade.

Inicialmente não retirarei o blog da rede, uma vez que, este aglomerado de palavras, apesar de tudo, representa uma fase importante da minha vida, onde, com os comentários de alguns leitores, vivi momentos de grande gáudio e emoção.

A todos sem excepção, OBRIGADO!!