Envelopes e Ventoínhas!!!

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

A 13 de Maio na Cova d'Iria...

É verdade, é triste, é duro, mas é a realidade e a realidade é mesmo assim, dura, triste e verdadeira. (Excelente frase!!!)

Morreu (Caem-me lágrimas no teclado, enquanto escrevo. O que não é mau, porque sempre amolece o pó que surge entre as teclas) a Prima Lúcia. Prima de Jacinta, Francisco e provavelmente de outros filhos dos seus tios. Apesar de ter pesquisado, não consegui descobrir os seus nomes e trazê-los para o estrelato, como merecem. Fica o esforço!

Segundo relatos, Lúcia era uma excelente prima. A prima que todos nós gostávamos de ter. Sempre conseguiríamos uma atenção extra das miúdas ao dizer: “...sou primo da Lúcia...”, assim como se dissermos: “...estava em Nova Iorque aquando do atentado de 11 de Setembro...”, aliás, se nos disserem: “...sabes mais que a Lúcia...”, podemos sempre responder: “...por acaso é verdade. Os meus tios sempre o disseram. Ela é burrita, reprovou no 6.º ano...”

Famosa, conceituada e com uma incontestável carreira de sucesso, Lúcia nasceu numa aldeia humilde, filha de gente simples e cedo teve de começar a trabalhar, assim como os seus primos mais conhecidos, Jacinta e Francisco. Necessidades!
Nessa altura conseguiu, como que por milagre, um lugar como funcionária pública. Com a categoria profissional de receptora e apresentadora de acções milagrosas. Profissão, na época, muito importante e prestigiante, com bastantes regalias, entre as quais tempo de antena nos meios de comunicação social.
A sua primeira recepção e apresentação milagrosa aconteceu perto de sua casa e contou com várias participações: o Estado Novo, representado por António de Oliveira Salazar (o cérebro de toda esta genialidade); a Igreja Católica, representada por Cardeal Cerejeira (fazia a ponte entre Salazar e os restantes protagonistas); e a participação especialíssima, claramente a chave do sucesso, de Virgem Maria. Para conseguirem esta participação foi necessária a nomeação de uma comissão independente, formada pelas maiores personalidades políticas, religiosas e financeiras da época, que exerceram uma enorme pressão junto de Deus, accionando todo o tipo de lobis, até que Deus aceitou negociar e chegaram, finalmente, a acordo.
O resto da história é por todos bastante conhecida.
Lúcia e a “Primalhada” viram Maria junto de uma oliveira. Esta transmitiu-lhes uma série de recados (entre os quais o facto de Salazar ter sido enviado por Deus para salvar Portugal). Os miúdos anunciaram-nos. E a virgem, não a Lúcia nem a Jacinta, mas a Maria em determinado dia fez um milagrito e toda a gente viu. Pronto!!
Todos ficaram contentes. Lúcia ficou famosa e ganhou um bilhete de ida para um convento na Península Ibérica, à escolha. Jacinta morreu. Francisco morreu. (era difícl manter três pessoas a contar a mesma história sem falhas) A Igreja Católica construiu um excelente santuário que ainda hoje rende milhões euros, apesar de não haver lugar ao pagamento de impostos sobre estes lucros. O Estado Novo conseguiu entreter e alegrar a triste população até os dias de hoje.
Balanço?
Extremamente positivo. Todos ganharam. Excelente ideia e excelente forma de a colocar em prática. É bom! É bonito!
Continuando, Lúcia liderou a luta contra o divórcio e contra o uso de mini-saias. Ficou conhecida, recebeu várias visitas do Papa. Passou a vida em conventos, com colegas de trabalho, freiras, e homens só teve com Padres. Os únicos seres masculinos com quem conviveu e terá, digo eu, passado alguns bons momentos, assim como com as sua colegas de profissão. Bons e maus momentos, o que se pode esperar duma pessoa que viveu 97 anos?
Morreu no passado dia 13. E aqui está outro factor a salientar. A relação com os dias 13’s. Maria pairou sobre a oliveira no dia 13 de Maio, Papa, o Pinto da Costa dos católicos, sofreu um atentado dia 13 e, como não poderia deixar de ser, a prima morreu ao dia 13, embora conste por aí que terá sido sujeita à eutanásia, uma vez que as previsões indicavam que não chegaria viva até ao dia 13 de Maio, nem sequer ao 13 de Março, assim, por uma questão de marketing, o melhor era que morresse a 13 de Fevereiro. E muito bem, o que tem de ser tem muita força!

E assim se perde mais um grande nome do nosso pequeno Portugal.
Aproveito este espaço para uma última mensagem:
Lúcia, prima, onde quer que estejas fica sabendo que nunca esqueceremos o que fizeste por nós. O que seria dos Padres e demais católicos donos das residenciais e dos espaços comerciais junto ao santuário se não fosses tu?
Do fundo do coração… o meu muito obrigado!!!

Descansa… em paz!

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Karl = Richard

Apercebi-me, devido à minha excepcional atenção e às minhas enormes culturas económica, política e musical, que Richard Marx é a reencarnação de Karl Marx. São um e o mesmo espírito, embora em épocas distintas. Como um crente na reencarnação, quase que posso garantir que Richard é a reencarnação de Karl. Richard Marx é o Karl Marx dos séculos XX e XXI. As parecenças físicas são claras e o modelo de discurso é mesmo, embora adaptado aos tempos modernos.

Sem aprofundar muito o assunto, deixo-vos com uma foto e uma citação de ambos. Reflictam e verifiquem se não tenho razão...

Karl

“As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante” – Karl Marx

Richard

“Onde quer que vás, o que quer que faças, eu estarei aqui mesmo à tua espera” – Richard Marx

domingo, fevereiro 13, 2005

Assim, sem cepticismo, se vê a força do TERRORISMO

Lembro-me que no ano transacto, por esta altura fazia parte da minha rotina matinal, aceder à Internet e visitar quatro “sites” da web. O Ondulados, a Errata do Apocalipse, as Publicações Saramalho e o Envelopes e Ventoinhas.
Os três primeiros, admiráveis espaços de terrorismo literário, visitava-os no intuito de encontrar mais uma bomba, acabada de explodir, que atingiria, com certeza, todos os que fizeram por merecer levar com ela (passe a expressão). O Envelopes era visitado na ânsia de encontrar um petardo, lançado por algum leitor, que da minha parte e da parte dos outros leitores mereceria tiros para o ar, em sinal de concordância, ou uma resposta ao ataque, através de um very light com a assinatura de um qualquer “boi” da claque em que os bovinos não têm nomes.

Era assim há um ano atrás.

Sinto saudades do tempo em que apreciava diariamente a mestria e genialidade das reflexões do nosso grande Criador. A criatividade, sensibilidade e excelência da escrita de Barrabás Amaral. O humor, a atenção e o dedo constantemente apontado de Saramalho. Os erros ortográficos, a escrita de fraca qualidade, a falta de ética e de sentido de humor de Jeremias Galhardo, eu próprio. (Neste momento a minha postura é cabisbaixa, claramente uma estratégia de vitimização, seja lá o que isso for, tão em voga nos dias que correm. Vejamos se resulta.) Lembro-me das tertúlias no sentido de desvendar as identidades dos opinadores. Conheci há pouco tempo a verdadeira identidade de O Que Opina, fiquei surpreendido, mas devo dizer que será, talvez, um terrorista literário em potência. Demonstrando capacidade para, um dia mais tarde, atingir e derrubar, num golpe genial de terrorismo apenas ao alcance dos melhores, as torres vergonhosas da sociedade.

Com tudo isto pretendo dizer que tentarei reacender esta chama, espicaçando as mentes brilhantes que nomeei. Desafio o Criador, pai do nosso movimento, a publicar a primeira análise social do ano, numa época tão rica em motivações ao terrorismo. Da minha parte garantirei o esforço para não declarar falência criativa. Ao Barrabás, o génio, devo dizer que, em nome dos 7 853 925 leitores da Errata, estamos com saudades. Ao Saramalho, partilho a clara sensação de que muita coisa sua ficou por ler. Ao O Que Opina apenas digo, junte-se ao grupo, aposte forte neste mercado, acredito no seu futuro, fico à espera do seu blog.

Unamo-nos...
Assim, sem cepticismo, se vê a força do TERRORISMO!!! (Gritem comigo…)