Envelopes e Ventoínhas!!!

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Será a beleza objectiva?

Será patológico? Será solidariedade?

Não sei responder. Apenas considero esquisito.

Devem se estar a perguntar acerca de quê que estou a escrever. E muito bem, porque eu aind
a não o disse, apesar de já ter colocado algumas questões sobre o assunto. É perfeitamente natural que façam essa pergunta. Por outro lado, se já o tivesse dito, não se questionariam, estariam talvez a formar opinião acerca do famigerado assunto.

Então é o seguinte:
A que se referem os namorados que dizem às namoradas, ou vice-versa, que elas são muito bonitas, quando na realidade são objectivamente feias?

Frequento espaços públicos, alguns com mais de 4 e 5 pessoas, e vejo todo o tipo de casais. Mulher bonita, homem feio; mulher feia, homem feio; mulher feia, homem bonito; designer de moda, Carlos Castro; mulher com a camisola do Benfica, mulher com o cabelo à Dina. E penso: “Esta gente, nos momentos lamechas, deve trocar elogios que vão para além das belas e subjectivas características psicológicas do outro”. Quando se diz: “És o homem mais bonito que eu alguma vez conheci”, soa a sincero. Porque não surge aquele exagero do “És o homem mais bonito do mundo”, que soa claramente a falso. Nota-se que na primeira situação, a rapariga teve a sensatez de excluir homens como Brad Pitt, Jude Law ou Rodrigo Santoro, pessoas que não conhece, mas sabe que existem e são evidentemente mais bonitos que o seu namorado.
“O homem mais bonito que já conheci”!! De facto o rapaz até é feio, mas ela diz-lhe que ele é o mais bonito que ela conheceu. “Coitada” pode pensar ele. Mas rapidamente percebe que é mentira. Há por aí, e ele sabe que ela conhece, rapazes bonitos, que regra geral namoram com raparigas feias, logo, ele não é o mais bonito que ela conhece. Ele sabe-o, acreditem!

O que é que leva uma pessoa dizer isto a outra.

Será que a considera realmente a mais bonita, e tem os padrões de beleza preocupantemente distorcidos?
Será que se questionada diria que não se referia ao aspecto físico, mas sim há pessoa como um todo, onde inclui desproporcionalmente o aspecto psicológico, o tal bastante subjectivo?
Ou será porque é normal os casais dizerem isso, como nos filmes (onde as pessoas parecem mesmo muito bonitas)?

Eu, Jeremias Galhardo, escrevo deste assunto, com a humildade de quem não sabe as respostas para estas questões e a auto-estima de quem a coisa mais bonita que possui, não são os olhos, como toda a gente, mas uma camisa da Massimo Dutti comprada há 5 ou 6 anos em Barroselas.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Funeral

Divertidos!
Os funerais são divertidos. Encontram-se os familiares que já não se viam há bastante tempo. Tecem-se comentários quanto à massa gorda acumulada ou perdida desde o último encontro. Talvez aquando da morte do tio João ou aquando dos festejos do matrimónio do Pedro e da Cláudia. Contribui-se para a descida do deficit, comprando velas às senhoras que exibem o seu espólio em cera à entrada do inevitável cemitério. Aproveita-se e acende-se uma velinha ao tio João. “Não é costume vir cá, assim aproveito e já fica”, diz-se.
Observa-se e emociona-se com a comoção das pessoas que real ou aparentemente sofrem pelo desaparecimento do agora defunto, o tio Armando.
A tristeza alheia é emocionante. A vida é feita de emoções. E a morte!!