Envelopes e Ventoínhas!!!

quarta-feira, março 17, 2004

Ai, ai, ai...

Querido Presidente da República,

Sabes, tive a falar com várias pessoas e… como é que te hei-de dizer isto!
Pá, ouvi o que alguns eleitores portugueses pensam sobre ti e sobre o teu cargo e as coisas não estão fáceis de te explicar.
Ok, tenho de te contar! O pessoal acha que és um atadinho, um cocó, não vendes revistas cor-de-rosa, tens um sorriso à Paco Bandeira e alguns chegaram a colocar em causa se representarias bem o descrito nos artigos 110.º, 120.º e 146.º da Constituição da República Portuguesa.

Jorge, sabes que não é por mim, mas é o que as pessoas sentem. Já sei, podes sempre dizer que a amostra não é representativa, é verdade. Mas se fosse, quase te garanto que as opiniões não seriam mais positivas, pelo contrário!

Tu és simpático, nasceste numa cidade importante, tens uma família aparentemente feliz, tens aquela carita de quem quando se cruza com uma jovem moçoila bonita, quiçá até jeitosa, não te voltas para trás para confirmar se o chão que pisaste ainda está no mesmo sítio. Os teus filhotes já aprenderam a sorrir para o povo a partir da varanda do teu querido Palácio de Belém e até tens uma esposa que já foi agradável à vista.
Sampaiozinho, superficialmente tudo corre muito bem, mas não é bem assim! Tu não incomodas ninguém, eu só te vejo a passear e a dizer coisas bonitas através da televisão, não és polémico. De vez em quando lá marcas umas reuniões com os líderes dos principais partidos, mas isso não te preenche as 8 horas diárias de trabalho, durante cinco dias por semana, sejamos realistas!!!

Olha, para perceberes o que queremos dizer, eu acho que tu estás para o país, assim como os pombos estão para as cidades. Ou seja, são simpáticos, graciosos, fogem quando alguém se aproxima deles, servem de entretenimento a alguns membros da sociedade (crianças e idosos), dão um colorido agradável à localidade e quando se enchem de coragem, provocada pela revolta que sentem por serem insignificantes e decorativos, apenas soltam um pouco de excremento sobre uma estátua, que sabem, que em principio não virá a correr atrás deles. Como diria o avô de um amigo meu:

… és um cagão, rapaz!!!