Envelopes e Ventoínhas!!!

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Chegou o dia!!!
Hoje vai ser um dia importante na curta história do envelopes e ventoinhas.

Fui bafejado pela sorte e, apesar de ter sentido alguma dificuldade, cheguei lá!!

A certa altura da minha vida interroguei-me com uma questão bastante pertinente. Lia poemas e ouvia recitá-los, mas nunca consegui, nem com muito esforço, entender o que é que o “poeta” queria dizer com, nada mais, nada menos, que um agrupamento de palavras bonitas e pouco conhecidas. Este binómio (palavras bonitas e pouco conhecidas), origina a que aquilo a que chamámos poema, tenha um bom aspecto físico e uma vez lido, tem a capacidade de entrar no ouvido de uma forma quase musical.

De pedra em pedra
Te peço
Não morras de sede ou de luz

Daniel Faria

Bom,
perante isto, não me parece que haja muita coisa a dizer, mas ainda assim e para que não hajam dúvidas, eu vou explicar o que se passa.
Este poema de Daniel Faria (um dos grandes poetas contemporâneos), na verdade não significa absolutamente nada. Leio estes versos e o que penso é: um rapaz a saltar de pedra em pedra. Durante os saltos, conversa com uma rapariga que está sentada ali perto e pede-lhe que não morra de sede, nem de luz. Isto leva-me a pensar que o jovem casal está perdido, algures num sítio onde não há água. A rapariga, com menor capacidade física, teve mais dificuldade em resistir à falta de líquidos, o que justifica o pedido do rapaz para que esta não morra de sede. Relativamente à morte de luz, apenas consigo concluir que a jovem sofria da Doença de Addison. Só assim se justifica o receio do rapagote.
Tudo bem, não estão numa situação fácil de resolver. Perdidos, cansados, desidratados e expostos ao sol, com a agravante de a rapariga sofrer da Doença de Addison e não poder estar sujeita à luz. Mais preocupante é repararmos que o jovem só está preocupado com a rapariga, no caso de ela ter o azar de morrer de sede ou de luz, quando hoje em dia já existem muito mais formas de se morrer. Por exemplo, (isto é um suponhamos) imaginemos que surgia do nada uma hélice assassina, completamente possuída por Lúcifer, em direcção ao pescoço da jovem e degolava-a. Ele não estaria preocupado, uma vez que ela não tinha morrido de sede nem de luz.
Não tenho a certeza, mas acredito piamente que Daniel Faria quando escreveu este poema estivesse a relatar uma situação idêntica, ou então, Daniel, tinha acabado de ser mordido no dedo grande do pé esquerdo, por um caniche, enquanto descansava de uma corrida junto ao Douro e quase inconscientemente escreveu este conjunto de palavras distribuídas em forma de frase…

Caros leitores, já é tarde e não quero cansar a Vossa preciosa íris, com uma leitura muito longa.
Este post deveria, como disse ao início, marcar a história do envelopes e ventoinhas. Infelizmente não aconteceu, assim como ainda não foi desta a revelação bombástica da minha descoberta!!!
Peço desculpa por vos ter feito ler isto.

Aguardem-me… a revelação vem a caminho…